Dizer é poder
Categoria: Ciências Humanas
Autor(es): Ana Rita Fonteles Duarte, Jailson Pereira da Silva, Meize Regina de Lucena Lucas
Editora: Edições UFC
Páginas: 136
ISBN: 978-85-7485-287-4
URI no Repositório Institucional da UFC:
http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/26624
Resumo
Esse escrito surge, em parte, como o resultado de coincidên- cias. Algumas temporais, outras afetivas. E outras ainda acadêmicas. A todas elas, somam-se as que desembocam no desejo de história. O livro é fruto do trabalho de três sujeitos-pesquisadores e professores, nas- cidos nos anos 1970, que compartilham o mesmo campo temático e arco temporal: a ditadura no Brasil das décadas de 1960-80.
A ideia de realizar o livro é construída conjuntamente a partir dos trabalhos de três grupos de pesquisa, cadastrados no CNPq, e liderados por esses professores integrantes do Programa de Pós-Graduação em História, da UFC: Grupo de Pesquisa História e Documentos: Reflexões sobre Fontes Históricas, coordenado por Jailson Pereira da Silva; Grupo de Pesquisa História, Tempo, Imagem e Narrativa, liderado por Meize Regina de Lucena Lucas e Grupo de Estudos e Pesquisas em História e Gênero, coordenado por Ana Rita Fonteles Duarte.
Os grupos trabalham com afinidades tanto de tempo quanto de objeto de estudo. Dedicam-se a pensar as relações entre a ditadura e as produções culturais, processos e formas de censura e suas imbricações com a construção de modelos desejados de moralidade, gênero e com- portamento como estratégias de legitimidade política. Percebem, também, recusas e adesões ao regime por parte de diferentes grupos sociais naquele período.
Nesse esforço, os pesquisadores têm percorrido acervos e arquivos ainda pouco conhecidos, mas que, diante das reconfigurações políticas sobre o regime autoritário, forjam-se em importantes locais de reflexão e desconstrução de memórias já cristalizadas sobre a ditadura. É o caso do Arquivo Nacional – Coordenação Regional Distrito Federal, que reúne os acervos Divisão de Censura a Diversões Públicas (DCDP), Fundo Serviço Nacional de Informações (SNI) e Arquivo MEC, em Brasília, além da Biblioteca General Cordeiro de Farias, da Escola Superior de Guerra (ESG), no Rio de Janeiro, a Associação Nacional Memória da Propaganda, no Rio de Janeiro. Para além de documentos oficiais, como processos de censura e relatórios de formação de estudantes, no caso da ESG, os grupos têm trabalhado também com a filmografia recente sobre a ditadura no Brasil, compreendendo seu papel nos empreendimentos de memória, além de produções musicais e material publicitário produzido no período em suas interseções com as temáticas discutidas.