Projeto 2. Combinação de síntese, imagem e modelo genético in vivo: abordagem inovadora entre Brasil e Austrália para o desenvolvimento pré-clínico e clínico de drogas anticâncer
Coordenador: Manoel Odorico de Moraes Filho
Programa de Pós-Graduação em Farmacologia
Programas de Pós-Graduação envolvidos: Farmacologia, Química, Ciências Médicas
Resumo
Este projeto tem como objetivo unir esforços brasileiros e australianos nos estudos pré-clínicos de dois compostos da biodiversidade brasileira, o pisosterol e o 2,3,9-trimetoxipterocarpano, os quais tiveram seus potenciais citotóxicos previamente comprovados pelo nosso grupo de pesquisa através de estudos celulares e moleculares. O pisosterol é um bloqueador citotóxico da amplificação do oncogene MYC em linhagens de células de leucemia e glioblastoma. A amplificação de MYC é um mecanismo associado à invasão e agressividade de muitos tumores, e sua inibição é de grande valia na terapia anticâncer. O 2,3,9-trimetoxipterocarpano é um agente antimitótico nãotubulínico, seletivamente citotóxico para células tumorais, portanto com menos efeitos colaterais sobre células células não proliferativas, quando comparado aos antimitóticos tubulínicos. Estes resultados sugerem fortemente que ambos os produtos naturais são compostos antitumorais promissores e justificam estudos posteriores, combinando síntese de derivados, exames de imagem e ensaios com modelos genéticos de câncer para validá-los como novas drogas antitumorais. O desenvolvimento do projeto requererá técnicas inovadoras em síntese orgânica e desenvolvimento pré-clinico de drogas, baseado em técnicas “omicas”, análises “high-content” e ensaios in vivo com modelos genéticos de câncer mais confiáveis. A validação de dois produtos naturais como
novos compostos antitumorais líderes pode ser de grande interesse para a indústria farmacêutica, especialmente a brasileira, que importa 90% dos fármacos em uso clínico. Além disso, a identificação de novas drogas antitumorais originadas da biodiversidade brasileira irá projetar o Brasil no cenário de desenvolvimento de fármacos. O projeto envolverá um time de pesquisa multidisciplinar, da UFC, e da Australian National University (ANU, Austrália), o qual já tem estabelecido um acordo de cooperação oficial. O time brasileiro será composto por pesquisadores de quatro programas de pós-graduação, Farmacologia (CAPES 6), Química (CAPES 6), Ciências Médicas (CAPES 6), ao passo que o time australiano será composto por pesquisadores do Grupo de Terapia do Câncer (College of Medicine, Biology and Environment) e da Escola de Pesquisa em Química (Research School of Chemistry). Vale ressaltar que o grupo australiano tem forte colaboração com indústrias farmacêuticas internacionais e que a universidade australiana (ANU) está classificada como a 20ª melhor universidade do mundo.